Análise Conjuntural do Comércio Brasileiro
Tendências do Volume de Vendas e Impactos Macroeconômicos (Jan-Ago 2025)
O desempenho do setor comercial brasileiro até agosto de 2025 sinaliza uma fase de estabilização em patamares baixos, após um ciclo de correções iniciado no segundo trimestre do ano.
A dinâmica de consumo está fortemente dividida: enquanto o Comércio Varejista (restrito), focado em bens essenciais, demonstrou uma pausa nas quedas consecutivas em agosto, o panorama mais amplo do consumo (Comércio Varejista Ampliado) permanece em retração acumulada.
Este cenário é uma manifestação clara das pressões macroeconômicas vigentes, notadamente o alto custo do crédito e a inflação que comprime a renda real disponível.
O mês de agosto de 2025 foi marcado pela interrupção de uma sequência de quatro meses de taxas nulas ou negativas no varejo restrito. O volume de vendas do Comércio Varejista (Restrito) registrou uma variação positiva de apenas 0.2% na comparação mês contra mês imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal (SA). Embora tecnicamente positivo, este resultado é interpretado pelo IBGE como um sinal de "estabilidade" devido à sua proximidade do zero.
Em contraste, o Comércio Varejista Ampliado (que inclui veículos, material de construção e atacado especializado) apresentou um quadro de profunda fragilidade. A variação acumulada no ano (Jan-Ago 2025) para o Varejo Ampliado registra um recuo de -0.4%. Esta disparidade ressalta a seletividade extrema do gasto do consumidor brasileiro, que prioriza o consumo imediato e essencial, enquanto retrai drasticamente a demanda por bens de maior valor agregado ou que dependem de financiamento de longo prazo.
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